O jovem busca o pai em uma velha máquina de escrever, igual a que o pai usava para datilografar o fabuloso livro nunca escrito, após um mítico elogio de Gabriel García Márquez. A mulher que criou os filhos sozinha, depois do marido deixá-la para tentar sua felicidade, faz uma viagem à sua cidade natal, Peabiru, e outra a Madrid, buscando-se de dentro e de fora. As inquietações sexuais de um casal já sem a exuberância da juventude, tendo a juventude como uma sombra mal resolvida. Não há passado sem erros, nem futuro com remissões. De onde vem a insônia é composto de seis contos longos, ou pequenas novelas, a depender da classificação que se queira fazer. Se insônias são muitas e tantas, assim como há noites escuras e claras, elas têm em comum a negação à paz do sono e um estado de permanente vigília. Uma vigília forçada, pena imposta por certa turbulência na alma. É pela alma humana que todo grande escritor se interessa, tentando decupá-la, decifrar o indecifrável, entender o que não se explica. O premiado escritor Miguel Sanches Neto maneja com maestria cada história narrada, bem como as histórias não narradas que se entremeiam compondo por vezes visões sólidas, por vezes miragens. E nas camadas cada vez mais profundas dos contos está a tal da alma humana, fugidia, insone, irrequieta, na esperança de que haja, enfim, uma boa noite de sono.