Como contar a história da música brasileira? A série Álbum propõe partir destas criações que atravessam o tempo e marcam a experiência de diferentes gerações: os discos. Iniciando em 1950 e chegando até hoje, o jornalista e crítico musical Pedro Alexandre Sanches reconta esta história visitando a trajetória de um formato específico de circulação musical: o "long play", ou o popular LP. Sanches propõe um recorte que cobre álbuns de fundamental importância, mas também espécimes esquecidos (apesar da relevância que tiveram em seus tempos). A ordem estritamente cronológica permite que o leitor acompanhe, por intermédio de considerações sobre os álbuns, os artistas e as canções, a evolução não só da música brasileira, mas do próprio Brasil, em termos sociopolíticos, comportamentais e culturais. Este volume 1 de Álbum: a história da música brasileira por seus discos ("1950 a 1972") contempla o início da história dos discos de longa duração, depois de um domínio no mundo de mais de meio século dos discos compactos. Pouco a pouco, os "bolachões" iam deixando de ser compilações de sucessos lançados primeiramente em compacto e começavam a contar histórias próprias, com começo, meio e fim. Compositores e cantores passavam a trabalhar pensando em como inserir suas músicas em álbuns, e não mais apenas na lógica de ter sucessos avulsos tocando nas principais rádios do país. Entre estes artistas da primeira fase dos LPs estão: Aracy de Almeida, Dorival Caymmi, Luiz Gonzaga, Elizeth Cardoso, Jackson do Pandeiro, João Gilberto, Tom Jobim, Celly Campello, Elza Soares, Jorge Ben, Maria Bethânia, Wilson Simonal, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Os Mutantes, Geraldo Vandré, Pixinguinha, Ronnie Von, Teixeirinha, Inezita Barroso, Roberto Carlos, Tim Maia, Noriel Vilela, Clara Nunes, Elis Regina, Chico Buarque... Como escreve o autor na introdução: "Este livro faz um apanhado impressionista da história da música enquanto gravada em álbuns de canções. É um recorte possível entre incontáveis outros. Tenta abranger alguns discos inquestionáveis, ditos clássicos (muitos deles extremamente populares em seus tempos e/ou no decorrer da história), mas não se esquece daquilo que virou garimpo de diamantes entre os mais fanáticos dos admiradores do formato. Preza o 'sucesso' de alguns e o 'insucesso' de outros porque sabe que a história, tal qual os velhos discos de vinil, não existe sem o lado B - neste caso, nem sem os lados C, D etc., nem sem toda a matéria-prima que constitui o interior de uma esfera. Não é possível conter o universo dentro de um livro sobre álbuns, mas tentamos aqui compor um mostruário robusto, que a um só tempo contemple a história da música brasileira contada a partir de seus discos e os afetos pessoais e intransferíveis do colecionador apaixonado de álbuns".