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Homem velho nascido em Nak Borun, no Vale do Watu, em Minas Gerais, Paulo Nazareth vive e trabalha pelo mundo, carregando muitos nomes, heterônimos, alcunhas e apelidos, Awa Jeguakaí Rendá, Awa Jaguatá Haee Jopará, Awa Oguatua, Awa Jopará, Kachará, Bombom, Palmital, Cabeludo, James Brown, Jackson Five, Valderrama, Carlito, Bob, Rasta, Afro, Paulo, Mestre Paulo, Paulo Sérgio, Paulo da Silva, Mohamed, Mohammad Nazareth, Bin Laden, Osama, Al Qaeda, Talibã, Che, Ernesto Batista, Zé, José, João, Pedro, Nazareth de Jesus, Bugre, Borun, Fi da Ana, Filho da Ana, entre outros tantos, sendo tudo isso seu trabalho. Artesão, coletor de feitiços e aprendiz de reza brava, foi aluno de Mestre Orlando (artista afro-baiano carranqueiro e mascareiro radicado em Minas). Sua obra é muitas vezes resultado de gestos precisos e simples, que trazem ramificações mais amplas, sensibilizando para questões ligadas à imigração, ao racismo e ao colonialismo. Seu meio mais forte é o cultivo e a construção de relacionamentos com indivíduos que lhe cruzam o caminho - especialmente aqueles colocados à margem devido ao status legal ou por terem sido reprimidos pelas autoridades governamentais. O trabalho de Nazareth foi incluído em exposições coletivas como a 56ª Bienal de Veneza (2015); 22ª Sydney Biennial (2020); 34ª Bienal de São Paulo (2021); no Museu Nacional da República, Brasília (2023); Museum of Modern Art (MoMA), Nova York (2023), entre outras. Teve exposições individuais no Museu de Arte da Pampulha, Belo Horizonte (2018); no Institute of Contemporary Art ICA Miami (2019); na Galeria Pivô, São Paulo (2022); The Power Plant, Toronto (2022); na FaE - Faculdade de Educação da UFMG -, Belo Horizonte (2023-24); e em Inhotim, Brumadinho (2024-25).
Napê Rocha nasceu em 1991 em Vila Velha, Espírito Santo. Atua como professora, pesquisadora, crítica e curadora de Artes Visuais com foco em visualidades, práticas e poéticas afrodiaspóricas. É mestra em Estudos Contemporâneos das Artes pelo Programa de Pós-Graduação em Estudos Contemporâneos das Artes da Universidade Federal Fluminense (PPGCA-UFF) e licenciada em Artes Visuais pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Em 2020 integrou o Programa de Pesquisa MAM Rio | Capacete, com pesquisa sobre curadoria e encruzilhadas nas artes visuais. Foi curadora da exposição Gira (Museu Capixaba do Negro, 2019) e fez parte da equipe curatorial de O Trauma é Brasileiro (Galeria Homero Massena, 2019), Como Não Subir uma Escada (Paço Imperial, 2021) e Okará-Xirê (Sesc Três Rios, Teresópolis e Nova Friburgo, 2023). Tem publicado em revistas acadêmicas, catálogos, entre outros. _corporeidades encruzilhadas --- Paulo Nazareth e Cadernos de África é seu primeiro livro.
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