Nono romance de Carlos Heitor Cony, publicado pela primeira vez em 1974 e considerado pelo próprio autor o seu favorito, "Pilatos" narra a história de um homem que sofre uma série de infortúnios. É atropelado, descobre que seus órgãos sexuais foram mutilados, foge do hospital em que fora internado e passa a perambular pelo submundo carioca, carregando Herodes, seu membro amputado, num vidro de compota. Aparentemente sem propósito, o périplo desse anti-herói risível de destino trágico nos apresenta um contundente retrato da sociedade brasileira da década de 1970, fazendo uma crítica ácida aos violentos e castradores anos da ditadura.