Da Chapara do Araripe, fronteira triangular entre Pernambuco, Piauí e Ceará é de onde parte o Severino desta obra, mais precisamente das cercanias de Araripina. Um Severino retirante que, através de uma foto no jornal, descobre que existe o mar e vive o seu primeiro alumbramento.Severino busca o caminho do ver-o-mar, corta a geografia social de Pernambuco. Originado no sertão, irrompe o agreste e se faz litoral. Através do seu coração, da expressão de seu desejo, entende que hoje o mundo não é de permanência, mas de linhas trançadas. Seu lugar na Chapada é a sua matriz de referência, mas na contemporaneidade o seu território é flutuante, estendido, dilatado. Ele é universal. Severino de Antonio de Araripina tem a alma de viajantes, de perigrino, de criador. Caro Leitor, você está diante de uma poesia que carrega a força do povo do Brasil. Um texto corajoso que espero que seja levado à cena sem concessões para cumprir o seu real motivo de existir. Mas, afianço, é um poema dramático para todas as idades e que merece ser lido por todos, artistas de teatro ou não.